domingo, 23 de fevereiro de 2014

Divórcio e a Bíblia


+Definição: “Divórcio é um substantivo masculino e cuja origem é latina (divortiu), significando dissolução absoluta do vínculo conjugal, ou o destrato da sociedade entre cônjuge, ocasionando desunião, separação, desacordo e desavença”.
Eis um assunto que rende muitos comentários e às vezes até arredios da verdade. Para melhor aclarar as mentes libertinas e insubmissas aos escritos sagrados, precisamos recorrer à Palavra de Deus (autoridade máxima no assunto), aos pais da igreja, à ortodoxia oriental e até à psicologia.

Agostinho, um dos pais da igreja, e a quem muitos devem o desenvolvimento do conceito de casamento como sacramento, acreditava que ele era indissolúvel no sentido de uma obrigação moral de permanência: “O casamento não deve ser dissolvido”. Já a tradição da Igreja Ortodoxa Oriental de hoje introduziu o conceito de divórcio como sendo a “morte moral” de um casamento.

Para a psicologia, o divorcio é uma perda significativa, até mesmo para a pessoa que teve a iniciativa de exigi-lo, pois precisará de uma dose extra de capacidade para adaptar-se às novas situações.

O divórcio é uma experiência altamente estressante e, sendo assim, pode surgir como resposta a este estresse sintomas como depressão, ansiedade, síndrome do pânico, hostilidade, medo, raiva, abuso de álcool ou drogas - dependência química, etc.

A taxa de divórcio no Brasil é alta. Para se ter uma idéia, o número quase dobrou, passando de 1,7%, em 2000, para 3,1% em 2010. Os números fazem parte de novos dados do Censo 2010, divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Já em 2011, Número chegou a 351.153, um crescimento de 45,6% em relação a 2010.

Mas, afinal, divórcio é bíblico ou não? A infalível Palavra de Deus esclarece com precisão essa dúvida que perdura no coração de muitos desprovidos de conhecimento exato acerca do tema. E nada melhor do que recorrer ao próprio Jesus Cristo.

Cristo - o nosso orientador - foi perguntado certa vez pelos fariseus: por que Moisés mandou dar uma certidão de divórcio à mulher e mandá-la embora? Então Ele respondeu: Moisés permitiu que vocês se divorciassem de suas mulheres por causa da dureza de coração de vocês. Mas não foi assim desde o princípio. Eu lhes digo que todo aquele que se divorciar de sua mulher, exceto por imoralidade sexual, e se casar com outra mulher, estará cometendo adultério. Como se ler, Jesus Cristo não libera o divórcio. Antes, faz um grave alerta para quem se divorcia...

Ainda em Mateus 5:52-53, o Filho de Deus diz:
"Mas eu lhes digo que todo aquele que se divorciar de sua mulher, exceto por imoralidade sexual, faz que ela se torne adúltera e quem se casar com a mulher divorciada estará cometendo adultério".

O "exceto por imoralidade" pode estar ligado a "se torne adúltera" ou " estará cometendo adultério" (futuro), ou seja, "a menos que já seja adultero(a) irá se tornar adultero ao recasar", no caso de já ser adúltero, mesmo que não case novamente, continuará sendo adúltero.

Na cultura brasileira, para não ir muito longe, o que se vê são pessoas se casando por experiência, já pensando na possibilidade do divórcio, caso o relacionamento não atinja suas expectativas enquanto mulher ou marido. Eles esquecem que casamento é uma instituição criada por Deus, onde duas pessoas de sexo diferente se unem para sempre – até que a morte os separe.

Esse problema seriíssimo “invadiu” igrejas evangélicas, ganhou notoriedade e hoje quem age como Deus determinou são considerados os errados enquanto os liberais se acham no direito de deturpar a Palavra de Deus com interpretações errôneas utilizando uma “hermenêutica” letal espiritualmente.

É verdade que o divórcio é um dos temas mais debatidos e indefinidos nas igrejas, principalmente nas evangélicas, que deveriam ser um exemplo em matéria de cumprimento das Escrituras. Pouquíssimas são as denominações que não admitem, em hipótese alguma, a dissolução do casamento e um novo matrimônio. Contudo, a maioria se mostra flexível, esquecendo do que disse Jesus: “O que Deus uniu não o separe o homem” – Mateus 19:6.

Para Jesus, o divórcio não pode acontecer por qualquer motivo. Não foi por acaso que o Mestre disse em Lucas 16:18 – “Todo aquele que se divorcia de sua mulher e casa com outra comete adultério; e quem casa com a divorciada também comete adultério”.

O que incomoda a muita gente, principalmente os liberais, é quando o apóstolo Paulo diz que os adúlteros não herdarão o Reino de Deus: “Não vos enganeis: nem imorais, nem idólatras, nem adúlteros, nem os que se submetem a práticas homossexuais, nem os ladrões (...) herdarão o Reino de Deus” – 1 Coríntios 6:9.

Mas existem aqueles que se divorciam pensando em novo casamento. A esses, Paulo exorta a não se separar estando casado. Se isto acontecer, deve permanecer sem casar uma segunda vez, a não ser que um dos cônjuges mora:

“Ordeno aos casados, não eu, mas o Senhor, que a mulher não se separe de seu marido. Se, porém, se separar que não se case, ou que se reconcilie com o marido. E que o marido não se divorcie da mulher. Porque a mulher está ligada ao marido enquanto ele vive (e vice-versa, na minha modesta interpretação). Mas se o marido morrer, ela ficará livre para se casar com quem quiser, contanto que seja no Senhor” – 1 Coríntios 7:10-11 e 39.

Por isto, fica claro: o divorcio não tem aprovação de Deus nem das pessoas que conhecem a Palavra inspirada pelo Senhor através do Espírito Santo; o casamento deve ser realizado sempre sob a perspectiva do “até que a morte separe o casal”; e não há divórcio indolor. Dor, trauma, desilusão, ódio, angústia e tantos outros fatores podem ser o resquício de uma separação conjugal.

Agora deixo algumas sugestões à igreja (seja ela evangélica ou não): dê ênfase aos ensinamentos bíblicos sobre casamento e a sua importância para a sociedade divorciada do liberalismo exacerbado; combata os valores propagados pela mídia, que só trazem incentivo ao divórcio e à degradação aos princípios da palavra de Deus, sobretudo, neste caso, no tocante à família; crie programas que ensinem a importância da durabilidade do casamento, pois, como se sabe, a maioria das igrejas define sua posição a respeito do divórcio baseada mais em estatutos e normas do que naquilo que a Bíblia realmente diz.