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Um desigrejado é um crente confesso que desistiu da igreja e geralmente questiona sua legitimidade em função de experiências difíceis e traumáticas. Será que um desigrejado está certo ou errado? Seria um crítico coerente? Ou apenas um crente folgado?
Espiritualidade individualista. Grande parte da espiritualidade de hoje é voltada para experiências individuais e emocionais. Para muitos, a intensidade da experiência espiritual individual prova que a ação de Deus foi mais poderosa. É quase um narcisismo místico. Atitudes virtuosas como “perdoar o outro”, “aumentar o salário baixo da empregada”, “ser um cidadão politicamente responsável”, não são vistos como marcas de boa espiritualidade; por outro lado, “sentir arrepios na coluna”, “ter muita paz no coração”, “gritar no louvor e desmaiar de tanto poder” tornaram-se sinais de grande espiritualidade. Essa visão egocêntrica vê o irmão em Cristo como alguém que pode “atrapalhar” a dita “espiritualidade profunda”, pois, Deus só é encontrado na individualidade e na experiência sensorial intensa.
Rejeição de autoridade. Há muita gente que não quer fazer parte da igreja, por não aceitar submeter-se a nenhuma autoridade. É o grito da independência indevida. Muitas são as pessoas que não querem prestar contas da vida a ninguém. Só procuram alguém que aceite sua maneira de pensar e de viver. Não se submetem nem a textos explícitos das Escrituras. São pessoas muito críticas, mas que deixam de criticar a si mesmas. Sentem-se donas da verdade, sendo escravas de seus próprios interesses pessoais. Migram de uma igreja para outra o tempo todo, e, acabam não ficando em lugar nenhum.
Consumismo da Fé. Muitos hoje enxergam a igreja, e o próprio evangelho, como uma mercadoria a ser consumida. Não têm compromisso e procuram igrejas como um cliente. Em alguns casos, há aqueles que costumam frequentar diversas igrejas. Numa comunidade eles “consomem” a boa mensagem do culto. Em outra “compram” o louvor mais “animado”, e ainda numa terceira “desfrutam” da escola bíblica para adquirir mais informações. Esses consumidores da fé são pessoas que não se veem como servos que devem doar-se para o Reino. Querem apenas ser agradadas e até mesmo mimadas. Não enxergam o conceito bíblico de corpo, de coletividade; não conseguem ver que a obra de Deus é sustentada pelo esforço de todos.
O Novo Testamento afirma a necessidade inequívoca da igreja local, expressão concreta da igreja universal. A única esperança para o mundo é a igreja, segundo o ensino bíblico. O corpo de Cristo é o único meio pelo qual Cristo age no mundo, como bem enfatizava Bonhoeffer. A epístola aos Efésios e as cartas pastorais são textos que falam muito sobre a igreja e devem ser estudadas com muita atenção. Os escritos neotestamentários enfatizam a igreja enquanto reunião dos salvos em Cristo. Juntos adoram a Deus, estudam sua Palavra, edificam-se, proclamam a salvação, desenvolvem seus dons e manifestam o amor ao próximo. Além disso, são todos chamados para a missão a fazer discípulos de todas as nações (Mt 28.19-20).
Segundo a Bíblia, o cristão sem igreja é um herege. Desigrejado pode ser até pior do que um crente folgado. A oração cristã por excelência é o “Pai Nosso” e não o “Pai Meu”. Não há lugar para o narcisismo individualista no Reino. O próprio Jesus enfatizou a importância do grupo e da comunidade (Mt 18.19-20) quando afirmou que está presente entre “dois ou três reunidos em seu nome”. Como é possível perdoar o outro se me isolo? Como posso desenvolver o meu dom espiritual se vivo sozinho? Como realizar a missão sem a comunidade da fé? Como crescer espiritualmente sem fazer parte de uma igreja? Cristão sem igreja não faz o mínimo sentido! É um contrassenso.
A verdade é que por trás de uma crítica feroz contra a Igreja em muitos casos escondem-se: a avareza, a arrogância, o ódio, a insubmissão, a falta de perdão, o comodismo, a frieza espiritual e até mesmo algum pecado oculto. É triste dizer, mas, é verdade: muitas vezes, o desigrejado é um crente folgado.
A verdade é que por trás de uma crítica feroz contra a Igreja em muitos casos escondem-se: a avareza, a arrogância, o ódio, a insubmissão, a falta de perdão, o comodismo, a frieza espiritual e até mesmo algum pecado oculto. É triste dizer, mas, é verdade: muitas vezes, o desigrejado é um crente folgado.
” … Não deixemos de reunir-nos como igreja, segundo o costume de alguns, mas procuremos encorajar-nos uns aos outros, ainda mais quando vocês vêem que se aproxima o Dia.” [Hebreus 10.25 (NVI)].
Autor: Professor Luiz Sayão
Da Redação
Fonte: IBNU