Pr.
Gomes Silva
O
Brasil é um país rico. Todos nós sabemos disso. Contudo, a má distribuição de
renda, o afrouxamento moral, a falta de segurança, os escândalos na
administração pública e as pizzas mantidas no Congresso Nacional deixam o país
numa situação vexatória, principalmente quando outras nações lhe olham às
vésperas de grandes eventos esportivos, reunindo atletas de todos os
continentes. Os pressentimentos negativos têm suas justificativas. Uma delas
são as “mortificinas” noticiadas constantemente pela chamada grande Imprensa
Brasileira. Isso preocupa o mundo.
Mas
tudo isto está inserido nas Escrituras. No livro de Oséias, no Antigo
Testamento, capítulo 4, versículos de 1 a 2, diz: “Ouvi a palavra do Senhor, vós, filhos de Israel; pois o Senhor tem uma
contenda com os habitantes da terra; porque na terra não há verdade, nem
benignidade, nem conhecimento de Deus. Só prevalecem o perjurar, o mentir, o
matar, o furtar, e o adulterar; há violências e homicídios sobre homicídios”.
Mas,
apesar de propagar seu afastamento desse mundo tirano que se opõe a Deus e a
sua palavra, a igreja (ekklesia) evangélica, a brasileira, também enfrenta uma
crise sem precedência, sobretudo no aspecto teológico-administrativo. Essa
conjuntura é inegável. O evangelho deixou de ser exercitado na sua essência
para dá lugar a uma mensagem sem vida e regulada pelo “tudo pode”, pelo
“não-pode-mexer”, pelo “faz-de-conta”, por um culto gospel gripado (sem
expressão espiritual). O problema é tão sério que uma das frases mais ouvidas em
algumas comunidades evangélicas descompromissadas com a verdade sobre o Reino
de Deus, é: “tudo é relativo”.
O
mundo pecador - como exemplifiquei no intróito -, está se destruindo por si só.
Entretanto, o mundo espiritual também está sendo afetado por uma abordagem fria
e mortífera de um evangelho positivista, sem vida e sem eternidade em Jesus, O
Cristo ressuscitado.
O
tirocínio desse evangelho sem cruz ganha mais adeptos diariamente. Todavia, esses
seguidores estão sendo empurrados para mais próximos dos anjos caídos, que esperam
tão-somente o dia em que serão lançados no fogo do inferno (1 Coríntios 6:9-11
e Apocalipse 21:8).
Isso
me faz lembrar o que escreveu o estudioso Izaldil Tavares de Castro, assegurando
que “uma crise não é o fim, não é o intransponível. Crise é o elo entre duas
partes do trajeto. É uma situação que impõe ao homem ou ao grupo a definição de
como prosseguir em busca de um fim, após as correções exigidas”.
O
que temos visto é uma sociedade travestida de “democrática”, tentando
desestabilizar os princípios de vida para o ser humano tendo como base de
firmação a Palavra de Deus. É inegável a existência de uma manobra para instabilizar
o papel preponderante da Igreja de Cristo na educação, instrução, repreensão e na
formação de verdadeiros cidadão (2 Timóteo 3:16), que dignificam a coletividade
aperfeiçoada pela seriedade intelectual.
Essa
sociedade vai mudar quando o povo de Deus compreender e viver Mateus 5:14 “Vós
sois a luz do mundo...), sendo exemplo de pai, de mãe, de filhos, de
patrões, de pagadores, de obediência a superiores e de cumpridores de seus
deveres e de homens prósperos sem apagar a luz dos outros para a sua própria brilhar.
O mundo pecador precisa ver a diferença no povo que diz ser de Deus.
A
nossa alegria, no entanto, é justamente saber que essa crise que assola a
igreja evangélica não dura para sempre, pois o Senhor Jesus Cristo afirmou que
“as portas do inferno não prevalecerão
contra ela” – Mateus 16:18. Quero afirmar, baseado nesse texto Mateus, que,
por mais que a igreja, formada de redimidos pelo sangue do Cordeiro – João
1:29, enfrente os déspotas contemporâneos; não tenha o devido respeito dos
depravados e imorais; e seja vítima dos charlatões inconversos e infiltrados
nos rebanhos; dos liberais e do relativismo jamais será motivo de alegria para
o diabo e seus asseclas, que lutam desesperadamente para tirar o seu sentido da
terra dos viventes.
Não
há dúvida. Temos condição, sim, de mudar essa realidade. Então o que falta para
isto acontecer? Faltam sensibilidade e seriedade na vida de muitas lideranças,
que estão fazendo a Obra de Deus descompromissadamente com as recomendações das
Escrituras. Além disso, devem elas se despir do orgulho, da soberba, da sua altivez
ministerial e se unirem em torno da moralidade da igreja, passando ela a viver
autenticamente, conforme explícito na Palavra de Deus.
Lembre-se:
Deus é o Senhor da Igreja, que em sua natureza é una, santa, universal (não tem nada a ver com aquela
outra), e apostólica.