Pr. Gomes Silva
O ano seguinte a cada processo
eleitoral torna-se enfadonho para o eleitor, o mais procurado, o mais desejado,
o mais valoroso e a “peça” fundamental para muitos alcançarem seus objetivos
nas urnas. Ele “desaparece”. Sai de cena. Não mais é visto com a mesma
importância. Enquanto isto os agraciados com a sua confiança ganham notoriedade
e passam a buscar seus interesses e, com raríssimas exceções, do grupo
populacional.
A frustração por não assistirem
às ações convincentes de seus representantes toma conta do íntimo de muitos.
Ficam as perguntas: Será que esse eleitor não soube escolher seus preferidos?
Mas como saber escolher se a maioria dos que coloca seu nome à apreciação nas
urnas se apresenta como solução, porém com outras intenções? Após o pleito, a
alegria de muitos eleitos vira frustração para o ex-mais importante e mais
procurado no período de caça aos votos. Como se estivesse sentado numa pedra,
cedinho, à beira do caminho para o nada, ele começa a refletir a ausência de
reconhecimento a sua confiança e perde o “rebolado” para com a política
partidária visando às próximas eleições. E o que lhe resta? Caluniar para
alguns. Mas será que é calúnia mesmo ou ele tem razão de irritar-se e
descarregar suas mágoas de seus supostos representadores? Tal situação fica
mais agravante em algumas cidades interioranas, onde os cabos eleitorais
faturam alto com promessas de que tais pretendentes são os melhores. O eleitor vota
e, em seguida, desaparecerem os tais representantes e os próprios votados que,
em muitos casos, não tem mais razão sequer de retornar para agradecer.
Em assim sendo, algumas frases
ganham espaço nas redes sociais, principalmente. “Não voto mais”, “a partir de
agora vou apenas justificar meu voto”, “vou lá votar nesses mentirosos”, “esses
enganadores jamais terão meu voto”. Infelizmente, assim como muitos políticos,
a maioria desses frustrados não cumpre a sua palavra e volta a brigar por
alguns nomes carimbados nesse ambiente e vota da mesma forma.
Desse jeito, “a política continua
ainda mais deprimente, degradante e fétida, onde alguns candidatos ao invés de
mostrarem ideias para melhorias e novos projetos, desenvolvimentos sólidos de
benefício para a população, estão mais arraigados a calúnia e críticas”, conforme
escreveu Chocolate com Pimenta, nome fictício de um amigo internauta (facebook
em 13 de agosto de 2012). Ele mesmo disse: “O que podemos esperar do futuro
desse país se eleger pessoas que estão tão cobertas dessa lama fétida da
mentira e difamação? Chegam de músicas ridículas, santinhos e mentiras...
façam-se elegíveis, tenham um projeto de governo maduro e útil, é disso que
precisamos. Não de brigas suburbanas e de baixo calão!!!” Essa é uma realidade.
Por isso, alguns homens conceituados já deram um tchau para os embates públicos.
Contudo, a culpa não é apenas do
candidato descompromissado, não. Temos eleitores folgados por aí afora. Vivem
de um lugar para outro, procurando sempre uma próxima “vítima”. São os pedintes
de plantão. Eles aproveitam cada situação para explorar. A uns pedem terreno,
dinheiro, cimento; a outros reivindicam até a garantia de empregos e etc. E
quando não recebem nada – porque hoje muitos eleitos tem perdido o mandato por
conta desses favores -, saem malhando os “judas” por onde passam, inclusive
mentindo.
Esta é uma das razões para a
realização de intensas campanhas para combater a compra de votos, uma prática
ainda comum durante as eleições no Brasil. Através do suborno do voto,
políticos com maior poder econômico conseguem influenciar de forma considerada
não ética um maior número de votantes. A compra de votos é crime no Brasil, mas
isso não quer dizer que ela não exista.
É por isso que concordo
plenamente com quem acredita que precisamos de candidatos qualificados e de eleitores
que não barganhe seus votos. Da forma como está fica difícil encontrar ética em
ambas as partes.
Uma coisa é certa: Apesar de toda
essa bagaceira nos embates políticos, nem todo político é bandido e
descompromissado com a causa pública nem todo eleitor é malandro e cafajeste.
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