quarta-feira, 1 de agosto de 2018

Jornalismo pobre ou intencional?


Há anos o jornalismo deixou de cumprir sua missão profícua como o quarto poder. Seus valores e sua importância sempre foram reconhecidos pela sociedade. Lamentavelmente, estamos acompanhando – com raras exceções -, um jornalismo feito por militantes partidários oriundos das universidades tomadas pelas doutrinas marxistas.

A função básica do bom jornalismo é o de informar, com critérios, com fundamentações, buscando as verdades dos fatos e, principalmente, levando ao conhecimento da população os fatos de interesse social, político e econômico, mesmo sabendo que em alguns setores da Comunicação a imparcialidade tenha passado longe para dá lugar às questões lucrativas e ideológicas.

O histórico programa “Roda Viva”, da TV Cultura, uma voz sempre ouvida pelos brasileiros, que apreciam o bom jornalismo, de há algum vem sendo alvo de críticas fundamentadas na postura de seus condutores e entrevistadores, que, na maioria das vezes, são integrantes de meios de comunicação com viés ideológicos e deixam de prestar um bom serviço para ratificar posições que defendam seus pontos de vista. E, assim, vão deixando de esclarecer a quem vai para frente da televisão em busca de dados importantes extraídos dos entrevistados.

A desconfiança do público em relação ao “Roda Viva” foi ratificada na última segunda-feira (30/07), quando da entrevista do candidato Jair Bolsonaro. A audiência do programa bateu todas as demais de canais de tevê abertos do País com 75%, recorde de acessos nas redes sociais e nenhuma novidade veia a público do candidato, pois os entrevistadores se ativeram apenas a acusar o candidato. Até parecia que o programa foi feito apenas para tirar votos do candidato e não para esclarecer ao público - uma das funções do ético jornalismo.

O povo brasileiro não está mais interessado no que aconteceu em 1964, na guerra do Araguaia, se os militares fizeram isso ou aquilo. Estamos interessados em saber o que o candidato tem a falar sobre temas relevantes para tirar o País desse caos. Esperava-se ele apresentando algo convincente em áreas como educação, saúde, segurança, salários; sua luta contra corrupção, quais seus programas para manter o homem no campo, a desburocratização de setores públicos, seus objetivos quanto à economia do País.  E nada disso ou quase nada foi “provocado” pelos distintos jornalistas. O programa foi como se alguém saísse de casa para assistir ao jogo de time de seu coração e quando chegou ao estádio, não teve jogo e nem uma explicação plausível.

Os entrevistadores de qualquer programa têm que ser como o árbitro de futebol, que apita sem aparecer mais que os jogadores. É o que estamos vendo em muitos programas jornalísticos no Brasil. E o que é pior: Tem muitos companheiros que vão para uma bancada despreparados e sem conhecimento do que acontece no País, ou, pelos menos ao seu redor. E acabam perdendo preciosos espaços com perguntas inócuas, que já foram feitas em todas demais entrevistas das quais o candidato já participou.

Acredito que alguns “profissionais” não estejam compreendendo o que a maioria dos brasileiros já entendeu: Que não há, pelo menos, o mínimo de jornalismo imparcial, pois tem-se visto jornalistas atuarem como torcidas organizadas. E isso vem desmoralizando profissionais e a própria Imprensa.

Aí fica a pergunta: É mesmo pobreza no nosso jornalismo ou é de fato uma ação intencional dos que o fazem?

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O autor é jornalista e pastor evangélico

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