terça-feira, 5 de agosto de 2014

De quem é o erro?

Pr. Gomes Silva

O ano seguinte a cada processo eleitoral torna-se enfadonho para o eleitor, o mais procurado, o mais desejado, o mais valoroso e a “peça” fundamental para muitos alcançarem seus objetivos nas urnas. Ele “desaparece”. Sai de cena. Não mais é visto com a mesma importância. Enquanto isto os agraciados com a sua confiança ganham notoriedade e passam a buscar seus interesses e, com raríssimas exceções, do grupo populacional.

A frustração por não assistirem às ações convincentes de seus representantes toma conta do íntimo de muitos. Ficam as perguntas: Será que esse eleitor não soube escolher seus preferidos? Mas como saber escolher se a maioria dos que coloca seu nome à apreciação nas urnas se apresenta como solução, porém com outras intenções? Após o pleito, a alegria de muitos eleitos vira frustração para o ex-mais importante e mais procurado no período de caça aos votos. Como se estivesse sentado numa pedra, cedinho, à beira do caminho para o nada, ele começa a refletir a ausência de reconhecimento a sua confiança e perde o “rebolado” para com a política partidária visando às próximas eleições. E o que lhe resta? Caluniar para alguns. Mas será que é calúnia mesmo ou ele tem razão de irritar-se e descarregar suas mágoas de seus supostos representadores? Tal situação fica mais agravante em algumas cidades interioranas, onde os cabos eleitorais faturam alto com promessas de que tais pretendentes são os melhores. O eleitor vota e, em seguida, desaparecerem os tais representantes e os próprios votados que, em muitos casos, não tem mais razão sequer de retornar para agradecer.

Em assim sendo, algumas frases ganham espaço nas redes sociais, principalmente. “Não voto mais”, “a partir de agora vou apenas justificar meu voto”, “vou lá votar nesses mentirosos”, “esses enganadores jamais terão meu voto”. Infelizmente, assim como muitos políticos, a maioria desses frustrados não cumpre a sua palavra e volta a brigar por alguns nomes carimbados nesse ambiente e vota da mesma forma.

Desse jeito, “a política continua ainda mais deprimente, degradante e fétida, onde alguns candidatos ao invés de mostrarem ideias para melhorias e novos projetos, desenvolvimentos sólidos de benefício para a população, estão mais arraigados a calúnia e críticas”, conforme escreveu Chocolate com Pimenta, nome fictício de um amigo internauta (facebook em 13 de agosto de 2012). Ele mesmo disse: “O que podemos esperar do futuro desse país se eleger pessoas que estão tão cobertas dessa lama fétida da mentira e difamação? Chegam de músicas ridículas, santinhos e mentiras... façam-se elegíveis, tenham um projeto de governo maduro e útil, é disso que precisamos. Não de brigas suburbanas e de baixo calão!!!” Essa é uma realidade. Por isso, alguns homens conceituados já deram um tchau para os embates públicos.

Contudo, a culpa não é apenas do candidato descompromissado, não. Temos eleitores folgados por aí afora. Vivem de um lugar para outro, procurando sempre uma próxima “vítima”. São os pedintes de plantão. Eles aproveitam cada situação para explorar. A uns pedem terreno, dinheiro, cimento; a outros reivindicam até a garantia de empregos e etc. E quando não recebem nada – porque hoje muitos eleitos tem perdido o mandato por conta desses favores -, saem malhando os “judas” por onde passam, inclusive mentindo.

Esta é uma das razões para a realização de intensas campanhas para combater a compra de votos, uma prática ainda comum durante as eleições no Brasil. Através do suborno do voto, políticos com maior poder econômico conseguem influenciar de forma considerada não ética um maior número de votantes. A compra de votos é crime no Brasil, mas isso não quer dizer que ela não exista.

É por isso que concordo plenamente com quem acredita que precisamos de candidatos qualificados e de eleitores que não barganhe seus votos. Da forma como está fica difícil encontrar ética em ambas as partes.

Uma coisa é certa: Apesar de toda essa bagaceira nos embates políticos, nem todo político é bandido e descompromissado com a causa pública nem todo eleitor é malandro e cafajeste.

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